tag:blogger.com,1999:blog-7362656216211055687.post80196390043843513..comments2023-08-25T07:00:51.294-07:00Comments on Bendita Língua: Evanildo Bechara: Senhor Norma CultaHélio Consolarohttp://www.blogger.com/profile/11066942683365049551noreply@blogger.comBlogger1125tag:blogger.com,1999:blog-7362656216211055687.post-33145604702957528142018-03-08T04:28:39.701-08:002018-03-08T04:28:39.701-08:00Permitam-me falar ao ilustre professor de Portuguê...Permitam-me falar ao ilustre professor de Português Evanildo Bechara.<br />Pesquisas minhas sobre a palavra “’baratéia” levaram-me ao sítio da Academia Brasileira de Letras onde um artigo, datado no Jornal “O Dia” em 27 de março de 2011, fora reproduzido e recebera a vossa assinatura.<br />Como Suboficial aposentado da Aeronáutica e usuário por trinta anos de uniformes com esta fibra, venho espantar-me com os achados que ultrapassam aquele vosso público artigo. A surpresa é a mesma da maioria de meus pares por termos baratéia como uma tonalidade de azul. Aquele oficiais consultados anteriormente talvez saibam bem mais sobre um padrão de busca em pente ou um quadrado crescente. Ou o trançado das fibras de carbono de uma superfície de comando de um jato moderno. Entelagem, todavia, é matéria de prova bem antiga e somente e ainda nos currículos da Aviação Civil.<br />O termo “Barathea” em inglês, associado a “fabric” ou “weave" irão nos conduzir a processos de tecelagem e a identificação de um tipo de trançado dos fios com o ondeamento em diagonal.<br />De acordo com os documentos históricos, Barathea apareceu pela primeira vez na Inglaterra em meados do século 14. Durante esse tempo, o tecido era comumente usado para fazer roupas que eram usadas em luto. Coincidência ou não era época da Peste Negra pela Europa. A razão para isso é que os fios utilizados pela baratéia costumavam ser vistos em cores sólidas e monótonas, particularmente aquelas da sombra preta, azul e marrom. A baratéia de tecelagem em mais de uma cor só veio depois, quando as escolhas de um tecido mais versátil foram necessárias com o crescimento da indústria da moda.<br />O livro sagrado dos musulmanos, O Alcorão, diz em duas de suas suras que Allah ensinou a David a fazer as cotas de malha de aço para proteger o combatente do gume dos inimigos. Já o The Complete Costume Dictionary define o pano Barathea e o assemelha por suas características com o tecido de malha de aço. (chain armour).<br />O Dicionário explicativo de termos têxteis, em francês, refere-se à origem inglesa do termo (barathea) que vem a significar armadura usada, "armure usée". (worn armour) <br /><br />The Fairchild Books Dictionary of Textiles descreve as características do termo em inglês e apresenta "barras" e "barratee" conectadas, supondo uma provável origem etmológica para chegarmos até nossa palavra em português, " baratéia". (?)<br /><br />Bem mais recente, uma publicação de especificação militar americana normatiza, apresenta todos os detalhes suficientes de interesse à esta classe de técnicos. Pode ser encontrada encadernada no documento MIL-C-3727F, MILITARY SPECIFICATION: CLOTH, BARATHEA, WOOL (18 DEC 1987). Nesta mesma edição estampa-se um desenho com a representação das Ondas do Tecido Baratéia.<br />Imbrincados neste tecido, texto, têxtil podemos perceber, evoluir para as nobres missões resguardadas para este tipo de tecido: revestir aqueles de mesmo quilate em realeza; proteger o guerreiro e prestar homenagens àqueles que tombaram na batalha. O combatente não retira sua armadura, pois a guerra não dá trégua, e honrar é também não descuidar dos que se foram, relembrar deles a coragem.<br /><br />Por prazer que o tema trouxe-me, “Baratéia Rigor” batiza com título poema que assino abaixo:<br /> <br /><br /><br />BARATÉIA RIGOR<br /><br />O corpo humano:<br />Tudo que está entre o chapéu, lenço, véu<br />E as solas dos sapatos, da palmilhas das sandálias;<br />Dentro das luvas, sob os chales,<br /><br />Casacos, corpetes, coletes, camisas;<br />Calças, pantalonas, saias, vestidos,<br />Qualquer abrigo, lã, seda, linho...<br /><br />Chama-se corpo!<br /><br />Contorno da pele, moda do pano.<br />Faz parte do molde os pelos!<br />A tatuagem faz arte!<br /><br />Se a descoberto, vento eleva o pensamento ao céu<br />Como as sementes da paineira,<br />Matrizes!<br /><br />Se descalços, fluido decanta o mel,<br />Voltamos à origem, ao passado,<br />Raízes!<br /><br />Sem meias, se nús, não somos mais corpo,<br />Pele, casca, odores, arrepios, desejos, miragens, vertigens!<br /><br />- Súditos! Sudários! Espiritos!luis aseokaynhahttps://www.blogger.com/profile/10072976352372072324noreply@blogger.com