O noticiário se viu há alguns dias tomado por tais palavras
com a “greve dos caminhoneiros”, que foi na verdade um locaute.
Quando eu estava no ginásio, antigo primeiro grau, achava
que era “movimento paradista”, já que greve e locaute remetiam à parada das
atividades.
Depois descobri que o certo é “paredista”, palavra derivada
de parede, resultado do piquete que significa “um grupo de trabalhadores,
sindicalistas, estudantes etc. que se coloca à porta de fábrica, empresa,
estabelecimento de ensino etc. para impedir a entrada de outros trabalhadores
ou funcionários durante uma greve”, fazendo a parede.
Greve é movimento de assalariados, geralmente reivindicando
aumento salarial. A “greve dos caminhoneiros” foi um locaute (da expressão
inglesa to lock out), o patrão fecha a fábrica, para de produzir. No movimento
paredista dos caminhoneiros havia os autônomos, donos de seus próprios
caminhões e de empresas de transporte que determinavam a seus empregados que
ficassem com os caminhões parados. Tanto é que não houve negociação dos dias
parados como acontece na greve.
Entendendo bem as palavras, possibilita-se a interpretar
politicamente o movimento paredista.
*Hélio Consolaro é professor de Português - Araçatuba-SP -
benditalingua@gmail.com
https://aracatubaeregiao.com.br/benditalingua
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