segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Turco e árabe. Qual a diferença?

Hélio Consolaro*

Brasil e Turquia tentaram um acordo com o Irã recentemente. Agora, a Turquia (país eurasiático) volta às manchetes, pois teve alguns de seus filhos assassinados pelo exército israelense porque faziam parte de um instituto de ajuda humanitária que foram prestar ajuda aos habitantes da Faixa de Gaza, governada pelo grupo islâmico Hamas.

Entre nós, brasileiros, ainda há a tendência de chamar os descentes árabes de turcos. Por que se criou tal confusão?

A confusão que se faz no Brasil entre os adjetivos pátrios turcos e árabes se refere à religião muçulmana, pois se imagina que todo muçulmano é árabe, o que não é verdadeiro. Também o fato de que muitos muçulmanos imigrantes (principalmente libaneses e sírios) vieram com documentos da Turquia, sendo por isso chamados de turcos.

Turcos e árabes pertencem a grupos étnicos distintos, apesar de ambos os povos serem muçulmanos, pois possuem a religião islâmica como oficial. Não só a música como também outros traços culturais são diferentes entre esses povos, como o idioma. O turco integra o ramo das línguas turcomanas, enquanto que os povos da península arábica falam a língua árabe de tronco semítico, muito próxima do hebraico falado pelos judeus em Israel, que por sua vez não são muçulmanos.

Então, nossos conterrâneos, descendentes de árabes, não podem ser chamados de turco, turquinho ou turcão.

*Hélio Consolaro é professor de Português, jornalista e escritor. Membro da Academia Araçatubense de Letras

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