sábado, 30 de julho de 2011

Qual a diferença entre “hacker” e “cracker?”



Hélio Consolaro 

Este blog, agora, recebe os efeitos do estrangeirismo: numa coluna de explicações do português, explica o inglês.   

A mídia anda dizendo e escrevendo que “hackers” (plural) invadiram sites oficiais do governo brasileiro. Para usar o maniqueísmo vigente, podemos dizer que o “hacker” (singular) é o profissional de informática que elabora “softwares” legalmente, seria do bem; e “cracker”, o ciberpirata, o do mal, ou seja, profissionais que invadem sistemas informáticos para obter ou alterar informação ilicitamente.

E por que atualmente se usa “hacker” para designar o pirata, se “hacker” não tinha, originalmente, em inglês, o sentido depreciativo que hoje torna esta palavra sinônima de “cracker”? A mudança de sentido das palavras é uma constante nas línguas, sempre tem como origem um fator social.

A palavra “cretino”, por exemplo, tem a mesma origem de “cristão” e hoje tem o sentido pejorativo de imbecil, idiota, mas há uma história interessante atrás dessa mudança. “Cretino” é uma palavra de origem franco-provençal e, segundo Gama Kury, tudo começou porque por lá chamavam o portador de bócio (doença do papo) de “pobre cristão”.

Vilão é outra palavra que mudou radicalmente de sentido. De habitante da vila, da aldeia, um sujeito meio tosco, grosseiro, foi logo associado a “vil”. E como o habitante da vila era desvalorizado, rapidamente a associação foi aceita: “vil” a “vilão” passaram a significar a mesma coisa.

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