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Exposição "Muvuca de palavras" no Museu Wolfgang Weege, no parque Malwee. (Foto: Eduardo Montecino) |
Que moleque não prefere uma canjica, um quitute e um cafuné de mãe, ao invés de comer uma gororoba feita de quiabo?
Segundo o Dicionário Informal na internet http://www.dicionarioinformal.com.br/buscar.php?palavra=muvuca , muvuca é palavra de origem indígena e significa mistura de vários grãos e sementes com terra, para reflorestar uma área devastada. Exemplo: Os índios da tribo vizinha, fizeram uma muvuca e a lançaram na margem do rio.
A princípio, a epígrafe deste artigo é comum e não desperta qualquer tipo de lembrança na maior parte das pessoas. Quem está acostumado a ouvir essas palavras, no entanto, não sabe que a sentença é utilizada por professores de língua portuguesa como um exemplo de frase composta quase completamente por palavras de origem indígena – como moleque, canjica, quitute, cafuné, gororoba e quiabo.
A incorporação de outras linguagens no léxico português é considerada comum pelo número de imigrantes de diferentes países que chegaram ao Brasil desde sua colonização, em 1500. Além da portuguesa, no entanto, nenhuma outra cultura contribuiu tão intensamente quanto a africana, que começou a ajudar a formar o vocabulário a partir de 1533, com a chegada dos primeiros escravos.
Algumas delas são mais facilmente identificáveis, como: “berimbau”, instrumento musical utilizado principalmente na capoeira, e “axé”, uma saudação africana com votos de paz e felicidade. Já outras, como “mochila” e “minhoca” não deixam tantas pistas de sua procedência.
Os dicionários ditos etimológicos, como Houaiss, se limitam a dar a origem latina, grega, árabe. Quando se trata de palavras africanas e indígenas, coloca os termos genéricos de “regionalismo brasileiro” ou “origem obscura”.
Em novembro, para comemorar o Dia da Consciência Negra, Jaraguá do Sul fez uma exposição de palavras de origem africana, colocando-as em painéis, chamando-a de “Muvuca de Palavras”. Uma boa sugestão para a Academia Araçatubense de Letras para 2011.
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