Hélio Consolaro
Os
palmeirenses se despediram do goleiro Marcos, como homenagem fizeram-lhe uma
grande festa antes do jogo amistoso com o Ajax, da Holanda. Ele sempre
salvava o Palmeiras dos apuros, foi chamado de santo milagreiro, o São Marcos. Não
podia ser Santo Marcos porque o nome do goleiro começa por consoante.
Os
torcedores fizeram até uma paródia de oração ao novo santo, com alguns erros de português.
Tentaram pôr o texto na segunda pessoa, para imitar uma oração de verdade, da igreja católica, e se perderam na uniformidade de tratamento.
Foto: Estadão
“Santificadas
sejam tuas mãos...”. O texto optou em tratar o santo por “tu” (segunda pessoa
do singular), pois usou "tuas".
Como
cada pessoa tem apenas um coração, o ideal era ter usado o singular: “nosso
coração”.
“O
gol honraste a cada dia” – acertou, continua usando a segunda pessoa do
singular: tu.
“Como
o manto que ama e veste”. Epa! Quem ama e quem veste? O Marcos. Ele não foi
tratado por “tu” desde o início do texto? Por que mudar agora! O certo seria: “Como
o manto que amas e vestes”.
“Perdoai
os rivais pecadores”. Outro erro. O tratamento escolhido para Marcos é “tu”, a
forma verbal “perdoai” é “vós”, segunda pessoa do plural. O certo seria: “Perdoa
os rivais pecadores”.
“Agora
e na hora dos pênaltis.” Faltou acento gráfico na palavra proparoxítona:
pênaltis.
Se
tivesse tratado o santo de “você”, o texto ficaria assim:
Oração
de São Marcos. São Marcos de Palestra Itália. Santificadas sejam suas mãos. No
gramado e em nosso coração. O gol honrou a cada dia. Como o manto que ama e
veste. Perdoe os rivais pecadores. Agora e na hora dos pênaltis. Amém.
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