quarta-feira, 8 de maio de 2013

Ferramentas necessárias


Hélio Consolaro*

As pessoas escrevem bem se leem muito, mas isso não basta. O bom leitor escreve intuitivamente, enquanto o conhecedor da gramática exerce a escrita com consciência, sabendo montar e desmontar um texto. Mas também,
saber apenas gramática não ajuda, o hábito de leitura é imprescindível. E quando se fala de “leitura” refere-se a tudo: ler jornais, revistas, gibis, livros etc.

Quando a pessoa escreve intuitivamente, vai sempre depender de alguém para revisar seus textos, não é uma situação confortável. Na hierarquia das necessidades, ler e escrever é mais importante do que saber gramática. Encontrar e pagar um revisor de texto não é tão difícil e oneroso.  

Quem escreve, vive da escrita, não pode ser um redator intuitivo, precisa conhecer os rudimentos da gramática, consultar sempre (a melhor forma de aprender). Até professor de Português com boa formação precisa de consultar suas ferramentas ao deparar com certas construções. Então, consultar algum livro ou alguém sobre determinado fenômeno gramatical não é desdouro para ninguém.


O dicionário, chamado no passado de pai-dos-burros (quando o ensino se baseava na memorização), hoje é considerado um banco de dados à disposição do usuário da língua. Quem duvida de si mesmo e faz consultas é uma pessoa inteligente. Burro é quem despreza o valioso banco de dados que é o dicionário.

Mas não existe apenas o dicionário (papel ou eletrônico) como banco de dados, há também as gramáticas, cujos autores vêm se aprimorando para torná-las cada vez mais acessíveis. O livro de tira-dúvidas também facilita o trabalho do consultor. Vai aqui um presente ao leitor, instalar um dicionário em sua máquina: www.auletedigital.com.br

As ferramentas mínimas de um profissional da escrita (escritor, advogado, jornalista etc) são um dicionário, uma gramática tradicional e um tira-dúvidas.

Para quem escreve em computador (a maioria), tais ferramentas estão digitalmente disponíveis. Em termos de internet, precisa-se de sites confiáveis. O Google, por exemplo, é um bom instrumento de pesquisa, mas não para fatos da língua portuguesa.


Zelar pelo bom uso da língua portuguesa é ter postura cultural, histórica e cívica, pois destruí-la, desfigurá-la tem como consequência a perda de nossa identidade nacional. Na dúvida, procure suas ferramentas ou troque ideias com alguém de sua confiança.

*Hélio Consolaro é professor de Português, jornalista, escritor. Secretário municipal de Cultura de Araçatuba-SP

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