Hélio
Consolaro*
As
pessoas escrevem bem se leem muito, mas isso não basta. O bom leitor escreve
intuitivamente, enquanto o conhecedor da gramática exerce a escrita com
consciência, sabendo montar e desmontar um texto. Mas também,
saber
apenas gramática não ajuda, o hábito de leitura é imprescindível. E quando se
fala de “leitura” refere-se a tudo: ler jornais, revistas, gibis, livros etc.
Quando
a pessoa escreve intuitivamente, vai sempre depender de alguém para revisar
seus textos, não é uma situação confortável. Na hierarquia das necessidades, ler
e escrever é mais importante do que saber gramática. Encontrar e pagar um revisor
de texto não é tão difícil e oneroso.
Quem
escreve, vive da escrita, não pode ser um redator intuitivo, precisa conhecer
os rudimentos da gramática, consultar sempre (a melhor forma de aprender). Até
professor de Português com boa formação precisa de consultar suas ferramentas
ao deparar com certas construções. Então, consultar algum livro ou alguém sobre
determinado fenômeno gramatical não é desdouro para ninguém.
O
dicionário, chamado no passado de pai-dos-burros (quando o ensino se baseava na
memorização), hoje é considerado um banco de dados à disposição do usuário da
língua. Quem duvida de si mesmo e faz consultas é uma pessoa inteligente. Burro
é quem despreza o valioso banco de dados que é o dicionário.
Mas
não existe apenas o dicionário (papel ou eletrônico) como banco de dados, há
também as gramáticas, cujos autores vêm se aprimorando para torná-las cada vez
mais acessíveis. O livro de tira-dúvidas também facilita o trabalho do
consultor. Vai aqui um presente ao leitor, instalar um dicionário em sua máquina:
www.auletedigital.com.br
As
ferramentas mínimas de um profissional da escrita (escritor, advogado,
jornalista etc) são um dicionário, uma gramática tradicional e um tira-dúvidas.
Para
quem escreve em computador (a maioria), tais ferramentas estão digitalmente
disponíveis. Em termos de internet, precisa-se de sites confiáveis. O Google,
por exemplo, é um bom instrumento de pesquisa, mas não para fatos da língua
portuguesa.
Zelar
pelo bom uso da língua portuguesa é ter postura cultural, histórica e cívica,
pois destruí-la, desfigurá-la tem como consequência a perda de nossa identidade
nacional. Na dúvida, procure suas ferramentas ou troque ideias com alguém de
sua confiança.
*Hélio
Consolaro é professor de Português, jornalista, escritor. Secretário municipal
de Cultura de Araçatuba-SP
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